quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Eu Terapeuta

É a empatia enquanto capacidade de olhar e sentir através da vivência do outro a palavra que melhor me define enquanto terapeuta. E ao olharmos juntos poderemos encontrar as lentes que foi adquirindo ao longo da sua vida, as defesas que se revelam no aqui e agora já desadequadas, e trabalhar no sentido de as deixar para trás.

É neste movimento que nos tornamos companheiros de viagem.

O caminho e o ritmo será sempre o seu. Comigo e para esta viagem levarei as contínuas formações que fui fazendo ao longo dos anos - a Terapia Gestalt, o Mindfulness, os recursos da Terapia Cognitiva Comportamental e o EMDR.

O respeito pela sua individualidade estará sempre acima de qualquer diagnóstico ou protocolo de intervenção, tentando sempre descobrir o que será mais adequado para a forma como vivencia o sofrimento ou o desconforto que sente.

Um abraço.

Catarina Satúrio

Depressão - a doença e a Terapia

Um vídeo fantástico sobre a Depressão e a importância da terapia e do contacto nesta doença.



Um abraço.

Catarina Satúrio

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Técnicas de Desfusão Cognitiva ou como lidar com os pensamentos perturbadores

"Penso, logo existo". Descartes referia-se ao acto de pensar e não ao pensamento, porém confundimos hoje o ser que pensa com o pensamento que produz, identificando-nos com crenças, juízos ou pensamentos automáticos que fomos construindo, alguns como forma de defesa. 

E é nesta fusão com o conteúdo dos pensamentos que reside parte da nossa ansiedade, da nossa deturpação no olhar para quem realmente somos. Como uma lente, a identificação com os pensamentos que produzimos, afasta-nos da realidade, essencialmente daquela que nós somos, e impede-nos muitas vezes de responder ao mundo de forma adequada. 

Mas como gerir estes pensamentos que por vezes nos assolam, afligem, criam cenários ou considerações sobre nós e o mundo?

As técnicas de desfusão cognitiva utilizadas pela ACT, potenciam a nossa capacidade de ver os pensamentos como objectos exteriores a nós, promovendo a desidentificação com o conteúdo dos pensamentos e, consequentemente, diminuindo as emoções e os sintomas físicos a eles associados.

1º Exercício - observar o pensamento, criando espaço entre o observador e o conteúdo pensado:

Intencionalmente, traga a mente para um pensamento que o incomode com alguma frequência, impedindo-o até de se relacionar de forma mais plena com o mundo que o rodeia. Poderá ser um pensamento negativo sobre si, como:

“Eu não sou amado”
a) Silenciosamente, diga este pensamento para si próprio, convicto da sua veracidade, e notando os efeitos que este pensamento tem.

b) Tente agora ter o mesmo pensamento, mas dizendo antes:

“Eu estou a ter o pensamento que não sou amado.

c) E, por último, traga o mesmo pensamento à sua consciência precedido pela frase:

“Eu reparo que estou a ter o pensamento de que…”

Talvez possa notar um distanciamento e uma diminuição nas emoções relacionadas com o pensamento que o perturbava. Ou talvez apenas possa notar que é o observador desta sua produção mental. Agora criou o espaço entre si e o seu pensamento que pode permitir-lhe questionar esta crença.

2º Exercício - Cantar os pensamentos:
Outra possibilidade para criar distância dos pensamentos é:

a) Pensamento X

b) Cantar o pensamento X com o mesmo ritmo que você canta “Parabéns para você”.

Repare como dessensibiliza ou retira a carga emocional do pensamento que elicitou.  

3º Exercício - Comer o pensamento

a) Foque-se no pensamento perturbador e tente encontrar uma palavra que o represente.

b) Visualize essa palavra numa tela à sua frente.

c) Transforme cada letra da palavra em algodão doce, permitindo-se depois comer letra a letra.


Espero ter criado uma primeira curiosidade sobre como lidar com os pensamentos, mas acima de tudo tê-lo feito questionar a identificação que faz com os conteúdos  dos seus pensamentos.

Porque terapia não é apenas uma conversa, mas também instalação de recursos que promovam o seu 
bem estar.

Um abraço.

Catarina Satúrio