sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Mindfulness App

Quando os meus pacientes se mobilizam e procuram fora da psicoterapia mais ferramentas para o seu dia a dia, confesso que me entusiasmo. Não apenas pela perpetuação do movimento terapêutico, mas também pelo que aprendo com eles. 

Há duas semanas trouxeram-me o Headspace, uma ferramenta (app) para telemóvel onde num programa gratuito de 10minutos diários durante 10 dias podemos praticar Mindfulness - atenção plena, espaço entre o Eu observador e os pensamentos, emoção e corpo.

Vale a pena experimentar!

Fica o link para o site:
https://www.headspace.com/

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A busca incessante da causa






Perdemo-nos nos "porquês" daquilo que nos acontece, situações ou emoções, como se virássemos costas à realidade do aqui e agora (dentro e fora de nós), procurando uma causa ou explicação num passado que já pouco nos pertence.


Esmiuçamos situações muitas vezes para nos depararmos com uma ausência de causalidade que nos aflige e deixa a sensação de que algo de errado se passa connosco.

E ao nos afundarmos nestes porquês, nesta busca que remoemos, deixamos de conseguir dar resposta ao que estamos a vivenciar interna e externamente no momento presente.

Poderá ser um truque da mente, altiva e dominadora, que se perde a cogitar reforçando a sua importância, ainda que cogitar não seja a ferramenta de que precisamos naquele momento. Como se fosse difícil aceitar o que estamos a sentir e pudessemos perguntar apenas - ' O que preciso ou quero fazer com isto que sinto aqui e agora?'.

E talvez seja com esta pergunta, mais assente e aceitante da realidade presente, que surja uma resposta mais adequada e que vá ao encontro da necessidade que subjaz à emoção que encontramos em nós.

É nesta aceitação da vivência do aqui e agora que reganho a autonomia para dar resposta ao que sinto.


Um abraço.

Catarina Satúrio

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

EMDR

Eye Movement Desensitization and Reprocessing

Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares

 


Trata-se de um método de dessensibilização e reprocessamento de experiências emocionalmente traumáticas por meio de estimulação bilateral do cérebro, a qual promove a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais.
É um processo semelhante ao que se passa quando sonhamos (a chamada fase REM do sono), durante o qual os movimentos oculares rápidos facilitam o processamento do material inconsciente.

Direccionada para situações de trauma com forte componente ansiosa , esta técnica tem-se mostrado muito útil na resolução de trauma e de comportamentos baseados na ansiedade incluindo pensamentos intrusivos, fobias, dor crónica, perturbações emocionais incluindo culpa, raiva, luto, e medos, pesadelos recorrentes e sintomas tais como o evitamento de actividades anteriormente sentidas como agradáveis.

Quando existem vivências demasiado perturbadoras, o cérebro pode não conseguir processar a informação normalmente, congelando o momento no hemisfério direito do cérebro, onde predominam as emoções, não permitindo uma conexão com o hemisfério esquerdo responsável pela lógica e racionalidade. Tal divisão dificulta que uma sincronia entre razão, emoção e ação, afetando como são processadas as experiências de vida de uma pessoa.

Desta forma, recordar eventos traumáticos, ou sons, cheiros, sentimentos ou emoções a ele associados (denominados gatilhos), pode ser tão perturbador como vivê-los pela primeira vez.

Estas memórias congeladas e não processadas criam e mantêm um efeito negativo na maneira como o paciente vê o mundo e se relaciona com as outras pessoas e situações na sua vida.

O EMDR tem um efeito directo na forma como o cérebro funciona. Trabalha-se em sessão a reposição do processamento da informação para que a percepção psicosensorial não se manifeste com a mesma carga emocional quando o acontecimento traumático ou os gatilhos é trazido à mente.

As memórias ainda são recordadas mas o efeito perturbador desaparece.

Durante a sessão, o terapeuta EMDR trabalha com o paciente para identificar um problema específico que será o ponto focal a trabalhar na sessão de tratamento. O paciente activa o acontecimento ou situação traumática com as diferentes características sensoriais do mesmo, em simultâneo com a sua percepção actual sobre esse acontecimento.

O terapeuta facilita a estimulação fisiológica bilateral do cérebro, enquanto o cliente reactiva a memória traumática, sem nenhum esforço para controlar a direcção ou conteúdo do material recolhido.

Os períodos de estimulação bilateral continuam até que a memória fique menos perturbadora, e seja associada com pensamentos e crenças positivas acerca de si mesmo. Durante uma sessão EMDR o cliente pode experimentar emoções intensas sendo que no final verifica-se uma diminuição ou desaparecimento da carga emocional associada à vivência trabalhada em sessão.

Quando o terapeuta pede ao cliente para pensar em alguma situação disfuncional e inicia a estimulação bilateral, que tanto pode ser ocular como táctil ou auditiva, o cérebro desencadeia o mecanismo de processamento de informação, activa a rede neuronal onde ficou o registo traumático bloqueado, e através da interacção com outras redes neurológicas, este é processado de forma adaptativa.

Durante o processo é também libertada a carga emocional associada à situação.




quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Eu Terapeuta

É a empatia enquanto capacidade de olhar e sentir através da vivência do outro a palavra que melhor me define enquanto terapeuta. E ao olharmos juntos poderemos encontrar as lentes que foi adquirindo ao longo da sua vida, as defesas que se revelam no aqui e agora já desadequadas, e trabalhar no sentido de as deixar para trás.

É neste movimento que nos tornamos companheiros de viagem.

O caminho e o ritmo será sempre o seu. Comigo e para esta viagem levarei as contínuas formações que fui fazendo ao longo dos anos - a Terapia Gestalt, o Mindfulness, os recursos da Terapia Cognitiva Comportamental e o EMDR.

O respeito pela sua individualidade estará sempre acima de qualquer diagnóstico ou protocolo de intervenção, tentando sempre descobrir o que será mais adequado para a forma como vivencia o sofrimento ou o desconforto que sente.

Um abraço.

Catarina Satúrio

Depressão - a doença e a Terapia

Um vídeo fantástico sobre a Depressão e a importância da terapia e do contacto nesta doença.



Um abraço.

Catarina Satúrio

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Técnicas de Desfusão Cognitiva ou como lidar com os pensamentos perturbadores

"Penso, logo existo". Descartes referia-se ao acto de pensar e não ao pensamento, porém confundimos hoje o ser que pensa com o pensamento que produz, identificando-nos com crenças, juízos ou pensamentos automáticos que fomos construindo, alguns como forma de defesa. 

E é nesta fusão com o conteúdo dos pensamentos que reside parte da nossa ansiedade, da nossa deturpação no olhar para quem realmente somos. Como uma lente, a identificação com os pensamentos que produzimos, afasta-nos da realidade, essencialmente daquela que nós somos, e impede-nos muitas vezes de responder ao mundo de forma adequada. 

Mas como gerir estes pensamentos que por vezes nos assolam, afligem, criam cenários ou considerações sobre nós e o mundo?

As técnicas de desfusão cognitiva utilizadas pela ACT, potenciam a nossa capacidade de ver os pensamentos como objectos exteriores a nós, promovendo a desidentificação com o conteúdo dos pensamentos e, consequentemente, diminuindo as emoções e os sintomas físicos a eles associados.

1º Exercício - observar o pensamento, criando espaço entre o observador e o conteúdo pensado:

Intencionalmente, traga a mente para um pensamento que o incomode com alguma frequência, impedindo-o até de se relacionar de forma mais plena com o mundo que o rodeia. Poderá ser um pensamento negativo sobre si, como:

“Eu não sou amado”
a) Silenciosamente, diga este pensamento para si próprio, convicto da sua veracidade, e notando os efeitos que este pensamento tem.

b) Tente agora ter o mesmo pensamento, mas dizendo antes:

“Eu estou a ter o pensamento que não sou amado.

c) E, por último, traga o mesmo pensamento à sua consciência precedido pela frase:

“Eu reparo que estou a ter o pensamento de que…”

Talvez possa notar um distanciamento e uma diminuição nas emoções relacionadas com o pensamento que o perturbava. Ou talvez apenas possa notar que é o observador desta sua produção mental. Agora criou o espaço entre si e o seu pensamento que pode permitir-lhe questionar esta crença.

2º Exercício - Cantar os pensamentos:
Outra possibilidade para criar distância dos pensamentos é:

a) Pensamento X

b) Cantar o pensamento X com o mesmo ritmo que você canta “Parabéns para você”.

Repare como dessensibiliza ou retira a carga emocional do pensamento que elicitou.  

3º Exercício - Comer o pensamento

a) Foque-se no pensamento perturbador e tente encontrar uma palavra que o represente.

b) Visualize essa palavra numa tela à sua frente.

c) Transforme cada letra da palavra em algodão doce, permitindo-se depois comer letra a letra.


Espero ter criado uma primeira curiosidade sobre como lidar com os pensamentos, mas acima de tudo tê-lo feito questionar a identificação que faz com os conteúdos  dos seus pensamentos.

Porque terapia não é apenas uma conversa, mas também instalação de recursos que promovam o seu 
bem estar.

Um abraço.

Catarina Satúrio

segunda-feira, 14 de março de 2016

Mudar o Rumo


A Vida é Mudança
Tirar (ou ganhar) tempo para perceber onde estamos e o caminho a seguir, pode revelar que os planos feitos anteriormente já não nos servem. O que somos está em constante mutação e evolução, tal como as necessidades que nos são intrínsecas.
Por vezes em Terapia deparamo-nos com uma luta constante e inglória de quem está à nossa frente, numa rigidez de quem não se permitiu repensar o caminho.
E isto é válido para todas as esferas da nossa vida - o que precisamos na família, o que é premente, o rumo profissional que vai dando respostas à necessidade de realização e, de forma mais pragmática, de sobrevivência, na forma como estamos nas relações com o outro.
Repensar este caminho, percebendo que talvez já não sejamos quem o traçou, o que pelo menos as necessidades do Eu Real que agora somos mudaram, não será nunca sinónimo de desistência mas de verdade e respeito por nós.


Também isto é a Terapia.

Um abraço.
Catarina

Eu Real e Eu Ideal


Deparo-me muitas vezes em terapia com uma distância angustiante entre estes dois Eus. O Eu Ideal, motivador de melhoria, de objectivos, torna-se um Eu Crítico e Castrador, não aceitante do Eu Real, causando angústia e um sentimento incontornável de falha do que se é.
Em terapia trabalha-se estes dois Eus, reconciliando-os, largando do Eu Ideal o que já não serve e os "Tenho que" que este impõe, quais introjectos não mastigados, Aceita-se e acarinha-se o Eu Real, com tudo o que este contém. Tal não será nunca sinónimo de conformismo, mas de aceitação. E é quando se aceita o que se é e o que está que a Mudança ocorre.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Psicoterapia

Psicoterapia - Resgatar recursos, largar o que já não serve, estar consciente dos processos mentais, dos pensamentos automáticos, das crenças. Psicoterapia - a redescoberta do Eu Real.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Consultas de Psicologia com parceria com Multicare

Porque 2016 pode ser o ano em que cuida de si, nas clínicas onde exerço Psicologia (Lisboa e Carcavelos), existe uma nova parceria com a seguradora Multicare. Desta forma, todos os que queiram iniciar um processo psicoterapêutico e que sejam clientes Multicare terão acesso a um valor de consulta reduzido face ao preço de tabela.

Para marcação de consultas, contacte através do 914420361.

Votos de um ano em pleno.

Catarina Satúrio